NOTAS DA CIDADE DE SANTOS
Notas de caderno sobre a pesquisa na Fundação Arquivo e Memória de Santos.
Santos. Café. Calçada do Lorena. São Vicente – primeira cidade do Brasil. Mulas, carroças, corrida de automóveis, estrada de ferro, São Paulo – passagem. Santos. Cidade Planejada. Saturnino de Brito. Esgoto. Bonde turístico até os anos 70. Bairros importantes. Centro, Paquetá, Valongo (estação junto com a estrada de ferro). Dona Ana Costa. Para chegar a praia... Balneário. Bar do Gonzaga. Neruda anos 20 e 30 passou por Santos. “cenas brasileiras”. Mogli. O homem que queria ser rei. Engenho dos Erasmos. Presidente da Câmara negro. Anos 20. Anarquistas. Primeira guerra. Italianos. DOPS. Teatro: Pagu, Plínio Marcos. Patrícia Galvão, incentivadora de Plínio Marcos, do jornal da tribuna–presa na cadeia de Santos. Cacilda Becker. Golpe de 64 – Navio prisão. Pitangui. A organização do porto era feita na pancada pelos valentões, a polícia clandestina. Macucu - Vila operária Sindicato dos estivadores. Porto vermelho. Livro - moscolzinha brasileira. Família das cabras. Nego (samba de gafieira). Marquesa de Santos. Primeira miss Brasil era de Santos. Tobias Aguiar (corno). Morgado Mateus- proibido morar na selva, homens piores que selvagens. Engenho dos Erasmos – Cemitério indígena – bairro Jabaquara- Quilombo. Quintino Lacerda – Presidente Lacerda – todos os brancos renunciam. Caifazes – caixeiros viajantes. Santos garrafão. Roda de samba. Catraia. Ver o porto.
Notas de caderno sobre a cronologia da história de Santos
“Primeira cidade”
“Um maremoto destrói parte de São Vicente.”
Poéticas das águas. Qualidades de movimento das diferentes águas que percorrem o caminho do mar... Ações de maremoto, falar como um maremoto, cantar um maremoto, dançar um maremoto...
“A própria imagem de Santa Catarina foi arrancada da capela e lançada às águas do Enguaguaçu, onde permaneceu perdida por 90 anos, até ser resgatada por pescadores”.
Religiosidade de Santos
Matéria da água
Pescadores - peixes
“Nossa Senhora do Monte Serrat cresceu tanto que ela veio a se tornar a padroeira oficial de Santos”.
Desabamentos do Monte Serrat.
Corpo em desabamento, fala em desabamento – Intenções.
Andar com o corpo desabando
As lágrimas que escorrem pelo rosto, outras formas de desabamento.
“fuga das doenças infecciosas que o clima e o terreno alagadiço do litoral faziam proliferar”
Qualidade de água nos pés. Andar como se pisa em terreno alagadiço.
“Para completar, uma epidemia de bexiga mata um terço da população e a calamidade é tanta que o Caminho do Mar é fechado e interrompido a ligação com São Paulo.”
Epidemia de bexiga. Uma guerra de bexiga d´água. Epidemia de alegria.
“Nos primeiros tempos, a comunicação com o Planalto se fazia por canoas”.
Canoas, catraias, navios... Transportes pelas águas.
“Um grande aterro na região de Cubatão liga definitivamente Santos e a Ilha de São Vicente ao continente”.
“Acredita-se que o revolvimento do lodo putrefato acumulado na antiga "praia do Consulado" e também no "porto do Bispo", locais onde se atiravam os resíduos da cidade, tenha sido o estopim da epidemia de peste negra (febre amarela) que assolou Santos, uma das maiores e mais violentas das que atacaram a cidade”.
Fantasmas de Santos, lodo, putrefato. O que a cidade esconde por trás do cartão postal? Onde estão os vestígios dessa putrefação? Por de baixo do mar... Lodo.
“um grande bloco de terra se desprende do Monte Serrat e cai sobre os fundos da Santa Casa, o pavilhão de Isolamento e um quarteirão de casas construídas junto ao seu sopé.”
Elemento da terra. Bloco de terra. Sacas de café...Sacas de terra
NOTAS SOBRE A DERIVA EM SANTOS OU QUANDO ENCONTRAMOS PAQUETÁ.
Cheiros... Café, tabaco e banana...
Os povos indígenas? Os negros escravizados? As mulheres? Amistosos?
Caminho pela cidade durante o dia. Cidade silenciosa, o que esconde? Só ouço os sons dos apitos dos navios. O trem de turismo histórico passa, uma mulher aponta as arquiteturas e narra os feitos ocorridos ali. Fala monótona, cheia de ruídos, quase sem sentido. Qual o sentido de tudo isso? Qual é o plano de uma cidade?
Casarões antigos, muitos abandonados. As pombas em tudo nos observam lá do alto. Fantasmas. Museu do café. Desenhos de negros carregando as sacas. Houve quilombo em Santos? Amigos dos brancos? Sentimento de estranheza...
Na parede de um casarão um lambe-lambe. 14 mil pessoas vivem nos cortiços de Santos, mais de 1 mil são mulheres acima dos 60 anos, 13 delas são Marias. Rua Amador Bueno, 351. Foi assim que conhecemos Paquetá, a Associação dos Cortiços do Centro de Santos. Caminhos para a-mar, este mar feminino que nos abraçou.
Uma criança é abusada e morta dentro dos cortiços. Tragédia, manifestação, cartazes pedindo por justiça, gritos, lágrima, revolta! Este foi o cenário do primeiro encontro com as mulheres da Padaria Comunitária e Associação dos Cortiços liderada pela guerreira Samara Faustino.
Santos. De um lado o luxuoso Gonzaga, do outro lado Paquetá – lugar escondido por aqueles que nos narram as “histórias oficiais”, a Santos não vista nos cartões postais.
“Queremos mostrar a Santos deste lado aqui, a Santos que ninguém quer ver”.
Nota sobre Mapa mental
Questões disparadoras de afetividade:
- Por onde caminha o mar?
- O Mar percorre vocês?
- Um acontecimento extraordinário que já aconteceu nestas ruas.
- Quais são os sons desta cidade?
- Do que sente saudade?
- Uma história de exclusão ou uma história de acolhimento.
- Um acontecimento divertido.
- Uma história de perigo.
- Uma história de amor ou um encontro inesperado...
- Histórias de desencontros.
- Histórias de praia.
- Histórias de medo.
- Sobre as águas...
- Histórias de chegadas e partidas.
- Onde você se sente invisível?
- Quais eram seus percursos a 20 anos atrás e quais seus percursos hoje?
COMO DANÇAR ESSE MAPA MENTAL?
CIDADE DE SANTOS... REIVENTAR A CIDADE... CIDADE DO CONTRÁRIO.
O ESPETÁCULO SERIA COMO UMA ONDA QUE VIESSE E COBRISSE A CIDADE DE SANTOS COM AS PERSONAS E HISTÓRIAS QUE NÃO ESTÃO NO CARTÃO POSTAL.
A – mar, porque esse mar é feminino... Ela surgirá revoltosa, numa grande onda, desconstruindo toda história que foi contada e trazendo as histórias não faladas, os lugares não mostrados, aqueles que tentaram destruir porque fica feio no cartão postal da cidade ou “não são importantes”, histórias ditas de boca, memórias de um tempo antigo, histórias do que hoje está, afetos, saudades, caminhos.
Por onde caminha o mar? Meu caminho do mar é o caminho ao avesso que não quiseram me contar.
(Cena “Mar de gente” – work in progress “cinco ou seis passos para o mar” – SBC) – Foto: Barbara Morais
NOTAS DA CIDADE DE CUBATÃO
Como é a Cubatão que você habita?
Levar a praia para Cubatão, criar uma instalação de praia. Levar uma cidade para outra cidade. Levar Santos para Cubatão.
(Desenho de caderno de processo. Nota de construção da intervenção “conte-me tuas histórias”).
CUBATÃO
RAINHA DAS SERRAS
BARÃO DAS BANANAS
ENCHENTES 1971
CIDADE MAIS POLUÍDA DO MUNDO
CIDADE MAIS POLUÍDA DO MUNDO?
RIOS = MUITOS PORTOS
BARONESAS DAS BANANAS
LAMA
PROCISSÃO DOS MORTOS
NO LUGAR DAS BANANAS – AÇO E PETRÓLEO
FIGUEIRA DO NEGRO ENFORCADO. CAPIM-BARBA-DE-BODE
NESTA FIGUEIRA TAMBÉM HÁ UMA ESTRADA DAS LÁGRIMAS
CIDADES CRUZADAS... HISTÓRIAS QUE SE ESBARRAM...
Palavras para o loop de provocação - intervenção
VALE DA MORTE
INCÊNDIOS
POLUIÇÃO
RAINHA DAS SERRAS
POLO INDUSTRIAL
MANGUE
GUARÁS GUARÁS GUARÁS
ANILINAS
PEQUERÊ
CARANGUEJOS
AR IRRESPIRÁVEL AR IRRESPIRÁVEL
PALAFITAS PALAFITAS PALAFITAS
METAL PESADO
ÚLCERA GASTRITE
ARRITMIA
IMPORTAR EXPORTAR IMPORTAR EXPORTAR
PERIGO PERIGO
DEFORMAÇÕES
RIOS
O Mar percorre você?
Iemanjá (Matheus Lípari. Coletivo 302).
“Resistencia e tomada de consciência”
DANÇAR AS NATUREZAS DE CUBATÃO
DANÇAR O VÉU DA NOIVA
AS CACHOEIRAS
O GUARÁ
O MAR LONGE...
NOTAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Eu, Cibele Mateus, nascida e criada em São Bernardo do Campo.
- O mar me percorre?
A primeira vez que fui ao mar eu devia ter uns 12 anos. Meu pai que é gesseiro e pintor foi fazer um trabalho no Guarujá. A primeira praia que eu fui foi a praia da Enseada no Guarujá. Lembro-me de ter visto mãe e filha nadando de calcinha e sutiã. Senti um sentimento de exclusão daquela família e da minha própria. A praia tem esse lado. Nossas praias mais belas estão nas mãos de estrangeiros... São inacessíveis a quem não tem dinheiro.
O mar me percorre, me percorre quando estou na praia e fico ali meditando diante da sua imensidão, boiando na marola, esfoliando minha pele na areia. Uma vez ela quis me puxar, senti medo.
O mar me percorre em Iemanjá, nos cantos e dança pra ela que canto todo dia. Esse mar mãe que me abraça e me acolhe.
Tenho conchinhas em tudo quanto é lugar na minha casa.
Eu sou das águas de São Bernardo
Meu bisavô João Miguel da Silva era balseiro, um dos primeiros de São Bernardo. Eu não o conheci, mas conta a história de que no tempo que a balsa não era mecânica, as pessoas gritavam meu bisavô para puxar a balsa de um lado de terra para o outro.
- João da Balsa, João da Balsa!
Como não dava pra entender direito o grito pela distancia, o nome foi diluído em João Basso. Isso segundo o que minha mãe me contou.
O nome da primeira balsa de São Bernardo é João Basso, e também tem uma rua no Ferrazópolis com o mesmo nome. Imagina o susto que levei quando vi o nome dessa rua pela primeira vez... Meu bisavô tem nome de rua. Minha família é muito importante na cidade. E é mesmo, mas esse João de Basso da placa da balsa e do nome da rua... Não é meu bisavô. Não me importo. O meu João Miguel da Silva – João de Basso é muito mais poético, era balseiro.
Quando me perguntam sobre minha cidade o que eu respondo?
Cidade dormitório
Do móvel e do automóvel
Do sindicalismo
Cidade do Lula
Da Angélica
Vocês conhecem a Congada do Parque São Bernardo?
Eu tenho um amor pela congada desde que os conheci na minha adolescência, quando comecei a fazer teatro e a me aproximar das manifestações populares brasileiras, foi na Congada que eu fui bater. Lembro até hoje o que o Mestre Ditinho me falou:
“Você pode ver a congada cantar, dançar, fazer o show dela, mas você só vai conhecer a Congada quando for à casa da minha mãe, comer da comida dela e conviver com a gente, é ali onde se encontra a congada”.
Carrego sempre comigo essas palavras do mestre, e muitas outras que pude ouvir durante os anos que os conheço. Mestre ditinho me mostrou logo cego como se dá uma tradição e como deve ser minha relação com elas. Uma relação de respeito, de convívio, de afetividade.
“Tem gente que pode ser preto quando quer, a Cibele não pode ser preta quando ela quer, o racismo no Brasil está na cor, quando mais preto, maior o racismo”. (Mestre Ditinho em entrevista).
...Dona Cotinha... Ouvindo tudo em silêncio, ora esboçava um sorriso, ora balançava a cabeça concordando. O Zé e o Ditinho lembrando as histórias de quando vieram para São Bernardo... Uma fila enorme no quintal da dona Cotinha para o atendimento com a Ana, filha da Dona Cotinha que é benzedeira... O Zé pede o violão, as crianças estão ali no sofá também... A Cida está fazendo um café... O Zé canta... Choramos... O Mestre Ditinho levanta e dança... Sorrimos, nos olhamos. Essa casa aqui é um pequeno quilombo, me sinto acolhida e agradecida.
Sr. Luiz Maroti
O amor pelo futebol, a tradição da bicicleta na procissão dos carroceiros...
Carroças... Boi... Tradição e fé.
A presença do boi no projeto. O boi do Maranhão trazido pela Jô em Santos e a presença dos bois em São Bernardo.
Os bois que se cruzam...
NOTAS SOBRE A VILA DE PARANAPIACABA – SANTO ANDRÉ
Dançar a neblina...
Esse mar que vem pela neblina
Essa roupa que não seca nunca
Pessoas de olhares (mar)ejados.
Saudade latente
Relógio parado. Falemos sobre o tempo
Uma cidade presa em outro tempo...
NOTAS SOBRE O BAIRRO IPIRANGA – SÃO PAULO
Havia uma árvore enorme no bairro do Ipiranga, no ponto em que as pessoas se despediam dos parentes que iam embora de São Paulo por mar. Como muita gente chorava na hora da despedida, ela ficou conhecida como Árvore das Lágrimas. Daí o nome da rua.
Na década de 70, uma ventania derrubou a Figueira das Lágrimas e uma outra nasceu no lugar.
CHORAR COM O CORPO TODO
ESTRADA DAS LÁGRIMAS...
CAMINHO DO MAR... ESTRADAS DAS LÁGRIMAS... O PROGRESSO SOBRE AS ÁGUAS SALGADAS DE MUITAS LÁGRIMAS... O MAR QUE VEM DO CORPO.
Uma bela foto panorâmica do Bairro do Ipiranga em São Paulo/SP. Seu nome era conhecido por "agua barrenta" ou "agua vermelha". Até o final do século 16, a terra de Piratininga já contava com uma comunidade de aproximadamente 1500 pessoas, que se estendia por toda a colina ribeirinha do Tamanduateí. A localização privilegiada favoreceu a concentração e expansão de sítios e fazendas, desenvolvendo-se o comércio.
ÁGUA BARRENTA OU AGUA VERMELHA... OS ELEMENTOS DA NATUREZA PRESENTES NO PROCESSO. O ENCONTRO DA TERRA COM A ÁGUA – LAMA.
TRAVESSIA INDIVIDUAL – PROCEDIMENTO DE CRIAÇÃO
(Nota de caderno individual sobre criação de cenas e elementos para serem experimentados na travessia individual)
“(O que não queima)
Beatriz agora é outra coisa e contempla:
raios negros num céu negro
depois brancos num céu branco
— Suavemente penetrei num jardim onde uma única árvore existe.
(O incêndio acaba e a garça pousa no mangue, onde os anjos sonham)
Naquela noite um acordou
andou no meio das chamas
e as chamas
O queimaram.”
(trecho de Caranguejos aplaudem Nagasaki – Marcelo Ariel).
(momento de travessia individual – Cibele Mateus) – foto: Patrícia Santos
“ESSA MULHER QUE MATOU OS PEIXES INFELIZMENTE SOU EU. Mas juro a vocês que foi sem querer. Logo eu! Que não tenho coragem de matar uma coisa viva! Até deixo de matar uma barata ou outra.
Dou minha palavra de honra que sou pessoa de confiança e meu coração é doce: perto de mim nunca deixo criança ou bicho sofrer.
Pois logo eu matei DOIS PEIXINHOS VERMELHOS QUE NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM E QUE NÃO SÃO AMBICIOSOS: SÓ QUEREM MESMO É VIVER.
Pessoas também querem viver, mas infelizmente também aproveitar a vida para fazer alguma coisa de bom.
Não tenho coragem ainda de contar agora mesmo como aconteceu. Mas prometo que no fim deste livro contarei e vocês, que vão ler essa história triste, me perdoarão ou não.
Vocês hão de perguntar: por que só no fim do livro?
E eu respondo:
- É porque no começo e no meio vou contar algumas histórias de bichos que eu tive, só para vocês verem que eu só poderia ter matado os peixinhos sem querer.
Estou com esperança de que, no fim do livro, vocês já me conheçam melhor e me deem o perdão que eu peço a propósito da morte de dois “vermelhinhos” – EM CASA CHAMÁVAMOS OS PEIXES DE “VERMELHINHOS”.
[...]
Bem, agora chegou a hora de falar sobre o meu crime: MATEI DOIS PEIXINHOS. Juro que não foi de propósito. Juro que não foi muito culpa minha. Se fosse, eu dizia.
Meu filho foi viajar por um mês e mandou-me tomar conta de dois peixinhos vermelhos dentro do aquário.
[...]
Devem ter passado fome, igual gente. Mas nós falamos e reclamamos, o cachorro late, o gato mia, todos os animais falam por sons. MAS PEIXE É TÃO MUDO COMO UMA ÁRVORE E NÃO TINHA VOZ PARA RECLAMAR E ME CHAMAR. E, QUANDO FUI VER, ESTAVAM PARADOS, MAGROS, VERMELHINHOS – E INFELIZMENTE JÁ MORTOS DE FOME.”
(partitura criada na travessia – Torcer e chorar “lágrimas no caminho”) - foto: Patrícia Santos
(criação da figura da bicicleta-boi)- Foto: Patrícia Santos
Criar uma intervenção com a bicicleta. As bicicletas presentes na cidade de Santos e Cubatão como meio de locomoção, a bicicleta santa de seu Maroti, o boi da Jô, o boi da procissão dos carroceiros. Cruzamentos das histórias criando uma nova história.
(Nota de caderno sobre a travessia)
SOBRE A FIGURA DO VESTIDO VERMELHO CRIADA NO PROCESSO.
O VERMELHO DAS CHAMAS, O VERMELHO DOS GUARÁS, O VERMELHO DAS TERRAS DO IPIRANGA, O VERMELHO DA PAIXÃO DA NOIVA DE PARANAPIACABA, O VERMELHO DO SANGUE DOS POVOS INDÍGENAS E AFRICANOS NA COSNTRUÇÃO DESSE “PROGRESSO”.
EU ME VISTO DE VERMELHO E CHORO.
EU ME VISTO DE VERMELHO E ME DERRAMO.
EU CONTEMPLO A TRAGEDIA E SEGURO ESSE MAR (AQUÁRIO) PRESTES A SE QUEBRAR, MAS EU SEGURO.
MEU CORPO TREME PORQUE ESTÁ PRESTES A SE QUEBRAR TAMBÉM.
DESABAMENTOS...
LÁGRIMAS NO CAMINHO...
VERMELHOS...
EU SOU ESSE PEIXE VERMELHINHO QUE MORREU.